sábado, 22 de outubro de 2016

PRINCIPAL - A Ciência do Apocalipse Zumbi

Apocalipse zumbi: Mais próximo do que você imagina




Imagine-se na Idade Média. Ou ainda, na antiga Mesopotâmia, em meio à sua tribo, em volta de uma fogueira, ouvindo historias de cadáveres que saem da terra e começam a andar atrás dos vivos, para comer sua carne. Desde que o ser humano tem consciência da morte, ele também sente medo de que os defuntos se levantem das suas covas, e comecem a atacar. Nos dias de hoje, chamamos isso de apocalipse zumbi, e acredite, ele não é só uma lenda urbana. Aliás, muita gente entendida do assunto está preocupada com a possibilidade da tragédia (como Max Brooks e Wade Davis). Hoje, no paladino, vamos dissecar os possíveis fatores que levariam a humanidade ao cataclismo dos mortos-vivos, além de falar sobre alguns elementos da cultura pop que já abordaram esse tema

1 - O que é

Morto-vivo não seria o termo mais correto para se referir a um zumbi. Por que? Porque vampiros e múmias, por exemplo, também são mortos-vivos. A palavra certa para se referir a um zumbi, é justamente o termo zumbi ah é mesmo?. Ele nada mais é do que um morto, reanimado por uma infecção, seja de parasitas, vírus, radiação, controlados por esta, e que repassam a infecção para outros humanos.

Claro, essa não é a definição absoluta. Mas é com ela que vamos trabalhar. Apenas para esclarecer, nem todos os conceitos de zumbi se tratam de uma infecção. Os zumbis haitianos, que foi onde o mito parece ter surgido, são pessoas atacadas por feiticeiros vodus, que entram em catalepsia (parece morto, mas não é), são dadas como mortas, e aliciadas pelos feiticeiros a obedecer suas ordens. O vodu realmente existe, mas os cientistas ainda amenizam essa explicação. Eles dizem que os bokor (supostos feiticeiros vodu) criavam um pó com neurotoxinas e venenos extraídos da natureza, aplicavam nas vítimas, sem que estas soubessem, e o pó teria a função de colocar a pessoa em estado de latência. Assim que os familiares dessem a pessoa como morta, e a enterravam, o bokor iria na cova resgatar o corpo. Assim que o alvo acordasse, ainda muito confuso, o bokor o faria acreditar que foi reanimado por meio de feitiços mágicos. Assim, teria mais um escravo "zumbi".

Essa história foi contada, em 1982, pelo haitiano Clairvius Narcisse. Vamos relatar o caso na semana que vem, no especial de Halloween.


Clairvius Narcisse


Mas voltando à nossa definição de zumbi, que usaremos em toda a matéria, um zumbi é um defunto, reanimado por uma infecção, e tem o organismo controlado pelo agente infeccioso, e que segue o instinto de comer carne humana para passar a infecção adiante. Isso ainda não existe, a não ser com alguns animais e parasitas, como você pode conferir neste link. Mas, como falamos algumas palavras atrás, isso AINDA não existe. Mas há uma grande possibilidade de acontecer um apocalipse do tipo. É o que vamos falar agora.

2 - De que modo poderia acontecer


Pra começar, vamos esclarecer de que modo é possível ocorrer o apocalipse zumbi. Primeiramente, ele não seria igual aos dos filmes ou séries. Mas poderia ser igualmente catastrófico. As explicações científicas são o que você verá agora. 





2.1 - Toxoplasma Gondii


Esse é o medo mais clássico com relação a uma possível infestação zumbi no mundo. E se deve ao fato de que esse protozoário está muito próximo de nós.




A toxoplasmose é rapidamente relacionada aos ratos. O parasita, quando infesta o corpo dos roedores, consegue controlar seu cérebro para que ele corra direto para seu predador natural, o rato. Sim, um parasita faz o rato se suicidar, pois o intestino dos gatos é o habitat perfeito para proliferação do Toxoplasma. Mas como isso poderia acarretar num apocalipse zumbi? Vamos aos cálculos: O Toxoplasma invade o cérebro dos ratos. O DNA dos ratos é 80% semelhante ao DNA humano, e é por esse motivo que fazem testes nestes bichos. 50% dos seres humanos estão infectados pelo protozoário. Seres vivos sofrem mutações e evoluem = Basta uma série de mutações para sermos controlados pelo Toxoplasma Gondii e nos tornarmos zumbis. Certo, a maioria dos zumbis da ficção são fissurados por comer carne humana, e seria meio estranho se nos atirássemos na frente dos pobre felinos para sermos comidos. Mas no caso de uma mutação no Toxoplasma, tudo pode acontecer, inclusive nós começarmos a correr atrás de outros humanos para repassar a infecção.

2.2 -Drogas


É comum ouvirmos este tipo de brincadeira: "Cada vez mais viciados nas ruas, parecem zumbis."
Pois saiba que não é só uma simples metáfora. Existem casos de pessoas sob o efeito de drogas que cometeram coisas dignas de mortos-vivos. 


Se as drogas mais conhecidas já causam efeitos colaterais bem perigosos, deixando o dependente químico violento, imagina com a evolução das drogas. Sim, com cada vez mais tráfico, e os Estados tentando combater o mesmo, os traficantes se obrigam a sintetizar drogas menores e mais potentes, para evitar serem pegos por fiscalização. Imagine uma superdroga, vendida livremente, nas esquinas das grandes cidades, deixando os viciados muito violentos. Pode ser surpreendente, mas guerra às drogas, declarado por muitos governos, pode estar nos levando a um apocalipse zumbi! 



Já existem drogas chamadas sais de banho, criadas em laboratório, conhecidas como uma versão piorada do crack, que deixam o indivíduo sob efeito da mesma paranoico e agressivo, sem controle das próprias emoções. Houve o caso do homem que comeu um cachorro vivo, e outro que supostamente jogou partes do próprio intestino em policiais. O que limita um pouco a possibilidade de um apocalipse zumbi ocorrer dessa forma seria o fato de que o vício não é contagioso. Pelo menos até agora...

2.3 - Raiva

 


O vírus da Vaca Louca ataca o cérebro do animal deixando ele mais agressivo do que o normal. POis essa doença pode ser transmitida para humanos! Os vetores do vírus são a carne bovina, e mordidas de certos animais como cães. Quando afeta um humano, ela se chama Doença de Creutzfeldt-Jakob, e seus principais sintomas são convulsões, espasmos, ansiedade, alucinações e confusão mental, além da já citada agressividade. 



Mas como isso poderia causar um apocalipse zumbi? Bastaria ocorrer uma mutação com o vírus da Raiva, que como já dissemos, não é algo difícil de acontecer, tornando-o mais contagioso e talvez transmissível pelo ar, para tomar dimensões globais, com doentes andando pelas ruas, ameaçando a paz humana.

 

2.4 - Nanorrobôs


É quase uma história de inteligência artificial rebelde. As máquinas em escala nanométrica (bilionésima parte de um metro), estão sendo estudadas para serem usadas na medicina, para curar doenças, remover células cancerígenas, entre outras utilidades. Tecnicamente, um robô deste tamanho poderia desmontar e montar qualquer coisa, e se autorreplicar a partir dos recursos que ele coleta. 


Para você, pode até parecer algo revolucionário, mas para nós do PALADINO, isso é uma catástrofe. Tente pensar no que seria uma nuvem de máquinas microscópicas entrando em seu corpo e te desintegrando de dentro para fora. Não é algo assustador? Se algum cientista conseguisse implantar inteligência artificial nessas máquinas, então.

De acordo com algumas pessoas que trabalham com este tipo de tecnologia, os nanorrobôs poderiam, no futuro, "mexer" nas células do seu cérebro, ligando e desligando os neurônios para controlar certas funções cerebrais. Caso esses robozinhos se rebelassem (falaremos sobre rebelião da Inteligência Artificial em Novembro) e resolvessem mexer onde bem entendessem, logo poderiam controlar os nossos cérebros à vontade, zumbificando os humanos. Claro, ainda não sabemos porque eles fariam isso, ou com que finalidade, mas sabemos que a possibilidade existe, e não é muito confortante.


 3 - Na Cultura Pop


Mas e como será uma infecção zumbi nos elementos da cultura pop recente? O que esses filmes, séries e games usam para explicar o seu apocalipse ficcional?

Na ficção científica onde aparecem zumbis, geralmente a infecção é espalhada por erros humanos, por vilões ou corporações maléficas, cientistas malucos ou até alienígenas.


Podemos usar como exemplo o fungo de The Last of Us. No jogo ele desenvolve meio que uma mutação, comparando ao da vida real já citado no Eureka!, que infecta seres humanos. O Cordyceps, no jogo, precisa de um hospedeiro humano, então o fungo se aloja no cérebro fazendo diversas alterações mentais e físicas. A pessoa infectada pelo fungo aos poucos vai perdendo sua humanidade ficando mais agressiva, conforme o fungo toma posse do corpo. Quando o infectado morre em um lugar com pouca circulação de ar o fungo deixa todo o ambiente com esporos, caso alguém respire demais acaba se infectando também, ou se for mordido pelo zumbi. 




Outro exemplo diferente de infecção zumbi em ficção é o de The Walking Dead. Nesse caso todos já estão infectados, como dito por Jenner no CDC ao Rick, mas parece que o vírus só começa afetar o organismo quando é ferido por um zumbi, além disso, você apenas morre pelos sintomas. 




E filmes como Resident Evil e Eu sou A lenda não são "puramente" de zumbi, há muita genética e mutação envolvida. Porém no filme de Resident Evil o vírus foi criado pela Umbrella Corporation - Empresa de armas biológicas liderada por Albert Wesker, que depois foi "destronado" pela inteligência artificial Rainha Vermelha -, que espalhou o T-vírus, que agora esta destruíndo a humanidade.




Agora voltamos um pouco ao passado. O primeiro filme que popularizou a ideia de zumbis andando pelo mundo foi A Noite dos Mortos-Vivos, de 1968. Talvez o filme mais célebre do gênero, criado pelo cineasta George Romero, que trouxe muito sangue e terror clássico para as telas, e foi um sucesso entre o público.




Antes ainda, o primeiro filme de zumbis da história foi Zumbi Branco, de 1932, que contava a história de um feiticeiro haitiano vodu, interpretado por Bela Lugosi (o eterno Drácula), que transformava as pessoas em mortos-vivos.




 4 - Nossa teoria

Tendo a definição de zumbi como sendo um cadáver reanimado por uma infecção, bolamos uma teoria, sobre um suposto vírus que poderia causar a moléstia e levar nosso mundo a um apocalipse. É importante falar que isso é totalmente hipotético, não tem base em nenhum argumento científico. É apenas uma modo que imaginamos que seria possível um apocalipse zumbi ocorrer de maneira bem semelhante ao que vemos na ficção.




Primeiro, um vírus X evoluiria, para afetar os humanos. Assim que estivesse dentro do sistema nervoso central, passaria a controlar a pessoa, ainda viva.

Digamos que esse vírus só conseguisse sobreviver no organismo de um ser humano. Por isso, a solução para se multiplicar mais rápido (afinal é isso que os vírus gostam de fazer), seria controlar a pessoa, para que esta passasse a infecção para outras. De que forma ela passaria? Mordendo, claro. O vírus seria transmitido através de fluidos do "zumbi", como sangue e saliva.

O processo de de contaminação seria semelhante ao toxoplasma no rato. Com o vírus no cérebro, ele passaria comandar todas as funções orgânicas da pessoa. Mas e qual a maneira mais fácil de manter a pessoa viva enquanto controla ela? Na verdade, o mais provável é que o vírus não tivesse "consciência" de que o hospedeiro precisa se alimentar. Assim, ele iria morrer por inanição, e o vírus só conseguiria controlar a pessoa depois de algumas horas após a morte, ou até o coração parar de bater.

O que facilitaria que esse apocalipse zumbi fosse mais mortal do que os da ficção, é o fato de que os zumbis estariam vivos, portanto com mobilidade muito maior. Eles poderiam correr, agarrar as vítimas, mas em compensação, a potência da mordida não seria tão grande.




Mesmo assim, esses zumbis "vivos-vivos" se espalhariam com uma velocidade absurda, levando o mundo a uma pandemia rapidamente. Seria uma reação em cadeia, com cada vez mais gente contaminada, maior seria o número de zumbis nas ruas, consequentemente aumentando o número de pessoas zumbificadas.

A vantagem para os que tentassem acabar com a epidemia, é o fato de que o vírus não consegue controlar a pessoa morta. Assim, a solução é matar os contaminados antes de conseguir uma cura para a moléstia. Falando em cura, o Vírus X desenvolveria uma espécie de rede de segurança, ordenando que as células do sistema imunológico se suicidassem, assim como faz o ebola. Sintetizar uma vacina seria algo difícil, visto que o zumbi não teria o bom senso de se voluntariar a ter umas amostras de sangue retiradas. O pior é que controlando o cérebro da vítima, esta não teria nenhuma chance de se defender da virose. A possível solução seria criar uma substância com anticorpos, para tentar evitar que o vírus tomasse conta do encéfalo da pessoa mordida. E claro, se armar para afastar os canibais de sua casinha à força.



5 - Conclusão



Pelo visto, um apocalipse zumbi é um ícone da nossa sociedade, atualmente. As pessoas temem que os errantes infestem as ruas, entrem em suas casa e as devorem. Como vimos, esse medo não é totalmente sem embasamento, a temida tragédia dos mortos-vivos não é algo tão distante da realidade. Mas o que importa é que, mesmo estes sendo seres nojentos, horripilantes e asquerosos, eles despertam a nossa imaginação desde o momento em que assistimos aquele seriado, sofremos com o protagonista, até o momento em que descobrimos que eles não são pura ficção.

Talvez essa nossa fissura por defuntos andarilhos seja tão grande pelo simples fato de termos medo da morte, em si. Você pode até não gostar do assunto. Mas é inegável a influência dos mortos-vivos na nossa vida, seja para diversão, seja para aprender mais sobre nós, vivos.








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